domingo, 18 de dezembro de 2011

Sonhos que foram Esquecidos...

Já passava das 8 da Manhã, e caía uma chuva fina sobre a cidade. O Garoto estava dentro de seu quarto, contemplando o teto, e viajando nas lembranças de um tempo que havia ficado pra trás. E de repente ele se viu sonhando, lembrando de amizades e amigos perdidos pelo tempo de sua infância. Dos dias chuvosos, das tardes quentes, noites olhando as estrelas e levando a imaginação além do além. Abriu os olhos e olhou para o lado. Viu uma caixa enfeitada, um pouco envelhecida pelo tempo, na qual estavam guardadas várias fotografias de quando ele ainda fazia o ensino médio.

Tomado por uma vontade inexplicável de relembrar o passado, levantou da cama, colocou a caixa de baixo do braço e desceu as escadas. Pegou a chave do carro de seu pai e saiu para um lugar que foi testemunha de momentos inesquecíveis com seus amigos. O local ficava próximo ao seu antigo colégio. Se tratava de uma belíssima lanchonete, ou pelo menos costumava ser, já que agora só restava o velho letreiro e as enormes portas metálicas pixadas.

Parou o carro debaixo de uma árvore e seguiu caminhando cabisbaixo até um banco de Madeira fixado no cantinho da parede. Sentou-se e lembrou dos longos papos que levava com seus amigos naquele mesmo lugar. "Como as coisas Mudaram" - Disse ele após olhar para o balanço onde ele brincava há alguns anos atrás, que agora se encontrava completamente destruido. Nesse mesmo momento, decidiu abrir a caixa e olhar todas as Fotografias.

A Primeira imagem tinha uma História linda. Foi tirada em uma apresentação de teatro da escola. Um leve sorriso tomou conta do seu rosto ao lembrar que tinha uma quedinha pela menina que estudava na sala vizinha a dele. A peça era sobre Romeu e Julieta, e ele havia implorado ao professor de artes para ser o par rômantico da Garota, e assim foi. Na hora da apresentação, a empolgação foi tamanha que ele acabou beijando de verdade a menina. O momento exato do beijo ficou gravado para sempre naquela fotografia tirada por sua Mãe.

O Garoto seguiu olhando as imagens. Cada foto uma lembrança boa. Quando estava quase no finalzinho, encontrou lá no fundo da caixa uma Fotografia do dia da sua Festa de Conclusão do Ensino Médio. Dessa vez o choque das lembranças foi mais forte, o deixando bastante emocionado. A imagem mostrava ele mais os seus dois melhores amigos na época. Lembrou da promessa feita por eles, de que não importasse o que acontecesse, eles estariam sempre juntos. Mal sabiam que isso jamais iria acontecer, pois um mês depois, seus amigos morreriam em um grava acidente de Carro. Baixou a cabeça por alguns minutos e relembrou todas as aventuras e encrencas que eles haviam passado juntos. Lamentou-se por terem partido tão jovens, e pela promessa que jamais pode ser cumprida.

Quando já estava indo embora, lembrou de uma coisa. Correu até a cerca que ficava na parte de trás da lanchonete e viu que ainda estava lá: Uma pequena Faixa vermelha amarrada no arame que continha a frase "Amigos até que a Morte nos separe". Nesse momento, o choro foi incontrolável. Sentou no chão e olhou para os Ceús, como se quisesse saber porque tudo tinha que acabar assim.

Após trinta minutos, decidiu ir embora, já que aquele local não estava lhe fazendo bem. Entrou no carro e seguiu para casa. Já passava das duas da Tarde e a chuva ainda continuava a cair. Não havia ninguém nas ruas, o que deixava uma sensação fúnebre no ar. Chegando em casa, guardou o carro e se trancou no quarto. Jogou-se na cama e tentou dormir, na esperança de acordar e ter esquecido tudo aquilo que ele mesmo havia feito questão de reelembrar.


(Lucas Almeida)

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Antes que seja Tarde...

Ah como eu me arrependo de muitas coisas. Não das coisas que eu fiz, pois até mesmo as coisas ruins, irão se transformar em histórias engraçadas para serem contadas quando a galera estiver reunida. Me arrependo mesmo das coisas que eu NÃO fiz, por Medo ou até mesmo por fraqueza. Arrependo-me dos amigos que ficaram perdidos no Tempo, dos Beijos que deveria ter dado, das meninas que despensei por receio de fracassar, das vezes que deixei de sorrir e mostrar minha felicidade ao mundo, das pessoas que se foram antes que eu pudesse dizer o quanto elas eram importantes para mim, dos momentos que eu não soube aproveitar e principalmente das vezes que agi por impulso e acabei machucando pessoas na qual eu faria de tudo para ver feliz. Ahh como eu queria que o tempo voltasse...

Vou completar 18 anos em breve e sinto que não soube aproveitar direito minha adolescência. Deveria ter zuado mais, bagunçado mais, bebido mais naquela festa, aproveitado os Finais de Semana com minha Familia, namorado mais, dado mais risadas com meus amigos, corrido atrás dos meus sonhos, ter ficado com aquela menina que eu era afim, ter saído escondido mais vezes, ter ido naquela festinha de aniversário, ter pegado o carro do meu Pai e sair pra curtir a Night, ter tirado aquela garota pra dançar, ter me preocupado menos com coisas bobas, ter dito pra aquela menina o quanto eu a amava... Enfim, são tantas coisas que eu deveria ter feito, tantos momentos que eu deveria ter vivido, e agora estou aqui me lamentando por tudo o que não fiz.

E você? Já parou pra pensar quantas coisas estão acontecendo lá fora e você não esta aproveitando? Se quer ter grandes histórias, realize grandes loucuras. Não adianta ficar em frente ao computador esperando a felicidade chegar. Lembre-se que ela bate na sua porta, mas não gira maçaneta. É você que decide se quer deixa-lá entrar ou não. Portanto, não cometa os mesmos erros que eu cometi. Levante-se daí e faça acontecer. Beije quantas vezes puder, abraçe seus amigos e diga o quanto eles são importantes pra você. Vá até a casa da Garota dos seus Sonhos e diga que ela é o motivo do seu sorriso de todas as manhãs. Viva cada dia como se fosse o último. Sei que é um conselho meio clichê, mas é a pura verdade. O Amanhã pode ás vezes nunca chegar...

(Lucas Almeida)

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Lembranças de um Doce Inverno...

O relógio apontava: 01h47min, a mão do garoto repousava em seu cabelo, recém-lavado, com as gotas de água ainda caindo, lentamente. Os olhos esquadrinhavam o céu, negro, sem estrelas, e sem sinal da Lua. Enquanto a outra mão segurava o que restou de uma garrafa de Vodka. O celular jogado na cama vibrava silenciosamente, ele apenas olhava para ele, não tinha a mínima vontade de ver quem ligava. Depois de algum tempo, o celular parou, e então começa a tocar uma música lenta, que lhe trazia fortes lembranças do passado.

“Maldita mensagem” disse ele enquanto saia do computador e ia até a cama para ler a mensagem. Bufou quando o celular demorou a mostrar a mensagem, e novamente quando ele viu de quem era a mensagem. Jogou o celular na cama novamente. Não queria mais ter qualquer tipo de ligação com ela. Queria esquecer-se do tempo que sofreu por ela, e que agora ela corria atrás. A sina dele era viver sozinho. Era isso que pensava. Não pretendia mais estar com alguém. Sempre que se apaixonava, sofria. Agora ele queria apenas fechar-se no seu mundo. Mas a vontade de se entregar novamente ao amor foi grande, impulsivamente, ele levantou-se de novo, pegou o celular e leu a maldita mensagem: “Oi, amor. Desculpa ter te ligado assim, tão tarde. Eu só queria saber se você está bem. Dizer que te amo. É que eu estou com saudades. Estou carente de você… Quando a gente vai poder se ver de novo?”

O garoto foi responder a mensagem, mas sentiu, pela primeira vez em muito tempo, que o silêncio falaria melhor do que palavras. De repente, jogou o celular, novamente, na cama. Saiu do seu quarto, e foi até a sala, olhou para a chave do carro de seu pai, e espontaneamente tomado pela decisão, que julgava ser mais idiota a qual poderia tomar, pegou-lhe nas mãos.  Ele podia ter sido o mais idiota antes, mas agora ele homericamente seria o idiota. Entretanto, ele sorriu com essa possibilidade. Faltavam pouco mais de dois meses para fazer dezoito anos, e ele já sabia dirigir. Seu pai não daria falta do carro, só acordaria às nove horas…

E assim, o seu impulso idiota, o fez pegar o carro. Seguiu pelas ruas, andando cuidadosamente para não chamar atenção. Parou o carro a frente da casa da garota. Olhou para o segundo andar, a janela do quarto dela estava aberta, a luz apagada, mas o reflexo da tela do computador iluminava, fracamente, o local. Ele percebeu, foi pegar o celular, mas percebeu que havia esquecido jogado em cima da cama. Se voltasse para casa para pegá-lo, não teria coragem para voltar, e reassumiria o seu franco e gélido coração.

Em dúvida sobre o que fazer, tamborilando os dedos sobre o volante. Quando já ia desistindo, ligou o motor do carro, o ronco do mesmo o fez assustar, estava subitamente mais alto do que antes. Talvez fosse apenas a sensação, mas fato é que. Com tamanho o susto, bateu a mão no porta-luvas, que o fez abrir e cair o celular do pai.

Ao olhar para ele o relógio acusava: 02h58min, e assim ele pegou, digitou o número do celular da garota, e com a voz, um pouco rouca, mas nenhum pouco sexy, disse “Olhe pela janela.”

A garota olhou, e deixou escapar algumas poucas lágrimas de felicidade. Desceu as escadas, e quando abriu a porta, o garoto estava lá, beijando-a ardentemente, assim que houve oportunidade.

(Lucas Almeida)

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Carta de um Eterno Apaixonado

Meu coração, sem data expressa...

Para a Garota dos meus sonhos,

Oi. Tudo bem? Espero que sim… Não faz tanto tempo assim que não nos vemos, mas já sinto sua falta. É inacreditável, o quanto você me mudou, meu amor. De uns tempos para cá eu já nem sei mais aquilo que eu era antes de te conhecer. Já perdi a noção do tempo enquanto admirava sua foto, ouvindo a nossa música, lembrando de nossas histórias, dos seus beijos quentes, dos abraços sem compromisso.

Todos aqui vieram me perguntar de você. Eu não sei o que responder. É duro para mim dizer que acabou. Dizer que não terá volta. Sei que você não queria isso, que iria me bater se estivesse aqui comigo, mas nem saindo direito de casa eu estou. Cada passo que eu dou, acabo me lembrando de tudo. Deixo cair as lágrimas que surgem tão de repente, sem aviso prévio. Eu queria apenas poder te tocar de novo, te amar, te fazer ir às estrelas, como tantas outras vezes fizemos quando ninguém estava por perto, trancados só nos dois. Fazer cada segundo uma eternidade.

Não sei o motivo pelo qual estou escrevendo, a onde você está não tem como esta carta chegar. Acho que queria apenas dizer, mais uma vez, que eu te amo. Que eu sentirei cada dia mais a sua falta. Acho melhor ficar apenas por aqui, as lágrimas já deixaram suas marcas no papel amassado, e estou sem forças.

Eu te amo, um dia, talvez, possamos nos encontrar, em alguma outra vida.

Eterno apaixonado.