quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Apenas um Beijo de Verão


Verão. Era a pior de todas as estações do ano, pelo menosele achava que era. Tinha que trabalhar, pois eram férias da escola, mas não noserviço. Quando viajava, só lhe restava uma praia cheia de gente, a quem elejamais se quer sonhava em pisar, mas sempre voltava forçado por sua mãe. Elesempre falava que a única vantagem do Verão era a pouca roupa das garotas, masque mesmo assim ele achava sem graça. Preferia o Inverno, algo mais charmoso,elegante, belo, onde poderia aproveitar um pouco mais do calor humano. Nuncaimaginou que seria no Verão que as coisas começariam a dar certo para ele. Pelomenos o começo foi maravilhoso. E é no Verão que essa história começa. 
Cinco dejaneiro de 2010, ele estava passando as férias na praia com a sua família.Alguns de seus amigos ainda estavam por lá. Iriam passar esses últimos diasjuntos. Haveria uma grande festa, a qual eles iriam mais a noite. Ele odiavaesse tipo de festa, mas era o ultimo dia que ele passaria com os seus amigos. Eentão ele foi.

Lá eles dançaram, se divertiram. E ele como sempre meioisolado. Cada segundo que passava odiava ainda mais o Verão. Todos estavamseminus, e ele odiava aquele tipo de visão. As garotas mesmo as feias usandobiquínis que chamavam muito a atenção lhe irritavam muito. E então algo lhepareceu chamar atenção. Uma garota, sentada a beira-mar, com uma roupa quasecompleta, assim como ele. Shortinhos e uma blusinha. Ele se aproximou dela.Começaram a conversar, ela estava lá pelos mesmos motivos dele, apenas pelosamigos e por sua família. E assim continuaram o assunto. E no final do dia,quando os dois estavam indo para as devidas casas, eles se beijaram. Um beijorápido, mas que ficou marcado. Apenas um toque nos lábios. E ele descobriu queo melhor dia da vida dele tinha sido no Verão.

Eles trocaram telefone. Ele falou que ia ligar. Mas acabounão ligando, tinha medo de ter sido apenas mais um pra ela assim como ela tinhamedo de ter sido pra ele. Ela também não ligou. Não mandaram mensagens e oassunto acabou sendo esquecido. Um ano depois, eles voltaram a se encontrar.Queriam se ver e sabiam que queriam ver o coração pulsar mais forte.

Ela o abraçou com muita força, ele segurou o impulso debeijá-la. Ela perguntou o por que de não ter ligado, e ele apenas disse que eramedo. Ela falou para não deixar seus medos acabarem com as chances de tentar. Ejuntos continuaram a conversar. E novamente, quando se despediram mais umbeijo, porém mais caloroso que o outro, no final do dia e voltaram pra casa.

Assim que ela chegou o telefone tocou. Não queria atender edeixou tocar sem ver o número. Do outro lado da linha, ele desligava o telefonee pensou que aquilo que ela falou tinha sido mentira. Ela se deitou, poisestava cansada, e sonhou ainda acordada com o beijo daquele garoto.

Ele ligou mais uma vez, mas desta vez ela não ouviu ocelular tocar. Estava dormindo, e sonhando com ele, mas ele não sabia. Pensoumais uma vez que tudo tinha sido uma mentira. Então ele foi e se deitou, nacama começou a pensar na garota e nas palavras. No beijo que depois de um anovoltou a acontecer. E ele poderia ter aproveitado mais.

O medo o invadiu de novo, o sonho foi escuro e ele não sabiaao certo quem ela era. O telefone dele agora tocava, na esperança de ser ela,ele acordou rapidamente, mas quando viu o telefone conhecido de seu amigodeixou apenas tocar, voltou a dormir, voltou a sonhar.

Ele tentou mais uma vez o contato, mas o telefone estavadesligado. Então voltou para sua casa com a sua família e apenas deixou que otempo fizesse o serviço. Mas ele não a esqueceu e o medo o assombrava, sabiaque ela já o havia esquecido. E muito estava enganado. Mas o tempo agiu e decerta forma para o bem dos dois, ainda num Verão que ele tanto odiava ele seencontrou com ela novamente, fora da praia, numa loja qualquer, de uma ruaqualquer, os dois se olharam, mas estavam acompanhados, um sorriu pro outro eele viu nos olhos dela o brilho que ele ainda se lembrava.

Eles se aproximaram, os amigos estavam intrigados, aindasorrindo ele disse, “pensei que você tivesse me esquecido não retornou asminhas ligações”, ela respondeu “eu jamais poderia ter me esquecido de você, omeu único romance de verão, meu único beijo dado em muito tempo, onde eupoderia dizer que amava o garoto”, “mas por que não me ligou?” ele perguntou.“roubaram meu celular e eu perdi o seu número” ela respondeu.
Nesse instante o Garoto percebeu que havia chegado o momentocerto para falar tudo o que sempre quis dizer, mas não tinha coragem. Ele seaproximou dela, e falou baixinho em seu ouvido: "Quero ser feliz ao seulado para sempre". Então eles se abraçaram e se beijaram como nunca haviamfeito antes. Um beijo tão puro e verdadeiro que chamou a atenção de todos quepassavam na rua, e que marcou para sempre a vida do jovem casal.

(Lucas Almeida)

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