sexta-feira, 19 de agosto de 2011

A Visita do Ceifeiro de Almas


Um garoto acorda num quarto de hospital sem se lembrar de nada, começa a andar pelos corredores, parece estar completamente “invisível”. Passado um tempo, ele vê uma menina chorando sozinha e passa por ela perguntando se ela pode vê-lo e ela responde que sim.

Os dois começam a conversar se perguntar por que estão “invisíveis” o garoto então vê um vulto e pede pra menina esperar. Seguindo o vulto ele chega a um dos quartos do hospital e se depara com o seu corpo deitado na cama cheio de aparelhos e em um péssimo estado.

Então aparece um homem vestindo terno preto dizendo que tem uma proposta a fazer para o garoto, ele se apresenta como um ceifeiro.

O homem então começa a explicar o que o garoto deve fazer.

- Você deve fazer o meu trabalho por um dia, se você falhar as conseqüências podem ser irreparáveis, mas se você obtiver sucesso será recompensado. Você aceita ?


Então o garoto diz:

- Tudo que tenho que fazer é ser você por um dia? Eu aceito!

O homem tira um anel do bolso e entrega ao garoto dizendo que se ele quiser desistir do acordo bastava tirar o anel.

O garoto então começa o seu trabalho como ceifeiro, levando a vida de algumas pessoas pelo mundo, algumas pessoas com doenças terminais, outras mortas subitamente por um ataque cardíaco, por exemplo, mas sempre alguém que já estava encaminhado para a morte.

No fim do dia achando que seu trabalho havia terminado, o garoto volta ao hospital, então o homem aparece novamente e diz que ainda há mais um serviço para o garoto. Ele diz que precisa levar aquela garota que antes estava conversando com ele, o garoto reluta em fazer seu serviço e não entende por que alguém que tem toda sua vida pela frente tem que morrer de um jeito tão cruel, e diz:

- Eu sou a “morte” hoje, enquanto eu for a morte ninguém que eu não queira vai morrer!

E decide não matar a garota. Depois de um tempo o ceifeiro leva o garoto para o lado de fora do hospital, ao local de um acidente de carro, um homem que dirigia embriagado atropelou uma das enfermeiras que fora dispensada mais cedo.

- Ela estava cuidando daquela menina!É tudo culpa minha!Ela não tinha que morrer assim!

Disse o garoto chorando, então o homem diz:

- Você alterou a ordem natural das coisas, agora você tem que concertar isso.

Quando o garoto volta ao hospital para cumprir o seu trabalho o prazo de um dia termina e ele perde os “poderes” de ceifeiro sem poder terminar a sua tarefa. O homem então diz que ele não foi capaz de cumprir o acordo e que as conseqüências por isso agora são irreparáveis pois apenas pelo fato de a garota não ter morrido naquele instante,muitas outras pessoas serão afetadas inclusive ele mesmo.

- A enfermeira que morreu no acidente foi transferida para cuidar de você, sem ninguém para fazer esse trabalho, você não passa de hoje, por isso eu disse que as conseqüências poderiam ser irreparáveis.

Disse o homem ao garoto.

Então o garoto abaixa a cabeça, não aceita seu destino e foge.

- Você fazendo isso – disse o ceifeiro, aparecendo na frente dele, novamente – só fará mais pessoas morrerem. Talvez sua mãe, ou seu pai, agora, EU sou a morte. Eu mato quem eu quero, e só há um jeito de reparar os estragos que você fez. Você deve morrer!

E assim o garoto acompanhou a morte como um bom amigo em busca de outras almas para ceifar.

(Lucas Almeida)

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